12/02/2011

Vai passar


Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência. Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços. Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça. Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa. Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim: - ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ... [Caio F]

08/10/2010

Nordestina, sim sinhô!

Aos que acompanham: Desisto da mudez do tocou, o cantinho será reativado! Segue o texto reflexivo publicado hoje no Blog Raios, mas breve outros posts por aqui. 

Foi aqui - o início de toda a exploração, toda a imposição, o massacre de um povo em suas terras. Assim começou o Brasil colônia e as terras eram nordestinas. 
Sim, há ainda pedaços de solo árido, pedaços de terra seca esturricada, as riquezas exploradas, há gente sofrida e desamparada, mas como dizia o Euclides da Cunha, há uma gente que é, antes de tudo um forte. 
A região do nordeste brasileiro, composta por 9 estados, ao contrário do que pensam os que desconhecem suas terras, há uma diversidade imensa, de culturas, recursos, sotaques, belezas naturais e de povo - embora seja o ponto onde converge todas as características, se não por uma homogeneidade, mas por uma comum união, por um sentido único de solidariedade, pelo seu instinto de combater aquilo que igualmente os agridem.
Em face dessa heterogeneidade dentro da região nordeste, não vivo na pele a problemática da seca, ou a falta de oportunidade para qualificação, recursos ou mercado de trabalho... Aracaju, minha cidade natal, tem ótimos índices de desenvolvimento, inclusive o recente título de capital brasileira de melhor qualidade de vida. Apesar de não sofrer as mesmas agruras de outras terras nordestinas, as mesmas dificuldades e sofrimentos de um povo batalhador, eu faço parte deste mesmo grupo e com orgulho. É uma vasta extensão territorial, somos muitos, mas somos um. 

E não é assim que deveria ser meu Deus? Onde está a unidade tão ensinada aos teus? Se não existe em totalidade, por que nem ao menos dentro de uma mesma nação? 
Claro que os questionamentos não são para o Mestre, mas para aqueles que deveriam ser seus aprendizes. Somos uma nação que apenas veste a mesma camisa a cada quatro anos, e apenas ali constrói uma falsa imagem de união. Por trás de toda a cortina canarinho, há um povo que segrega, que se afasta entre si, que discrimina a riqueza de suas diferenças. 

Motivados a conseguir conquistar com braço forte oportunidades maiores, muitos foram os que migraram e alguns ainda o fazem. Com a cara, a coragem e trabalho árduo, ajudaram a construir o que é hoje regiões como a grande São Paulo. Esta mesma terra que algum dia lhe foi encanto, é a mesma que agora no usufruto de seus esforços, os repelem. E não precisa estar lá para sentir. Basta assumir a sua origem e partilhamos o pão que assim amassam. 

Nem todo nordeste é sertão, mas ainda que fosse não seria defeito. Sou nordestina sim, obrigada! 

Raiana Reis


Esse vídeo mostra um pouco desta triste realidade brasileira, conscientizemos!

01/09/2010

Casa nova para os toques


As mudanças são sempre bem vindas e necessárias, o gosto do novo ou da faxina pro canto ficar mais aconchegante é algo que me "toca" por demais. Adepta incondicional das boas novas venho registrar por aqui nesse  meu cantinho uma nova fase necessária: 
O Tocou foi meu segundo blog, criado inicialmente como uma caixinha de coisas que gosto, separando dos meus textos autorais, aqui todas as coisas que me tocam por uma reflexão, ou pela beleza de sua arte são registradas. Passei a receber por aqui boas visitas e seguidores, levando à uma comunicação gostosa e um toque especial deste contato, mas acontece que ultimamente não tenho dado a atenção que gostaria ao blog, pelo ritmo que os dias me exigem ou certo descuido que confesso, então anuncio a decisão já não possível ao adiamento: O blog não será cancelado, deixo ainda assim, vivo com sua história, quanto às atualizações, essas resolvi unir aos meus textos autorais, então, quem por aqui desejar dialogar sobre esses toques como os que por aqui já foram registrados, ou conhecer também meus escritos, faço o convite agora único, para o blog Raios, que receberá igualmente uma nova fase, pela junção.

Sejam bem vindos aos Raios, agora com diversos toques... =)




01/08/2010

As mensagens dela


- híbridos eles se procuravam, mal disfarçando a gravidade. Uma vez ou outra, ele ainda sentia aquela incrédula aceitação da coincidência: ele, tão original, ter encontrado alguém que falava a sua língua! Aos poucos compactuaram. Bastava ela dizer, como numa senha, "passei ontem uma tarde ruim", e ele sabia com austeridade que ela sofria como ele sofria.

[...]

E, por não serem mesquinhos, passavam por cima do fato de terem muita facilidade para mentir - como se o que realmente importasse fosse apenas a sinceridade da imaginação.

[...]

O fato é que, tendo uma vez se encontrado na parte secreta deles mesmos, resultara na tentação e na esperança de um dia chegar ao máximo. Que máximo?

[...]

Um pedia muito do outro, mas é que ambos tinham a mesma carência, e jamais procurariam um par mais velho que lhes ensinasse, por que não eram doidos de se entregarem sem mais nem menos ao mundo feito.

[...]

Mas ambos haviam nascido com a palavra poesia já publicada com o maior despudor nos suplementos de domingo dos jornais. Poesia era a palavra dos mais velhos. E a desconfiança de ambos era enorme, como de bichos. Em quem o instinto avisa: que um dia serão caçados. Eles já tinham sido por demais enganados para poderem agora acreditar.

[Retirei acima meus trechos preferidos do conto "A mensagem" da única Clarice Lispector, que a cada vez leio em uma diferente emoção, neste quase um filme conhecido... O conto inteiro é incrível, recomendo a obra inteira, sempre. ]

Outro mundo


                                 Mundo

"E eis que naquele dia a folhinha marcava uma data em
                                         [caracteres desconhecidos,
Uma data ilegível e maravilhosa.
Quem viria bater à minha porta?
Ai, agora era um outro dançar, outros os sonhos
                                                             [e incertezas,
Outro amar sob estranhos zodíacos...
Outro...
E o terror de construir mitologias novas!"
[Mario Quintana]

- O terror e o encanto de desbravar novos mistérios, não é mestre?
Nâo por acaso, este mundo me toca as pontas dos dedos, só podia ser o Quintana, fica seu toque registrado...


06/07/2010

Frida


"Recuerda que cada tic tac es un segundo de la vida que pasa y que no se repite, hay en ella tanta intensidad, tanto interés, que solo es el problema de saber vivirla. Que cada uno la resuelva como pueda."
(Frida Kahlo)

06/07 Aniversário de Frida Kahlo, esta pintora mexicana de vida e obra intensa, que sabia também nas palavras fazer a sua arte!

05/07/2010

Punto y basta...



(outro dia falo de um filme dele, hj não é essa a intenção... rs)

26/06/2010

Porque é linda, é música e poesia, e basta!


Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo
Deixa a luz do quarto acesa a porta entreaberta
O lençol amarrotado mesmo que vazio
Deixa a toalha na mesa e a comida pronta
Só na minha voz não mexa eu mesmo silencio
Deixa o coração falar o que eu calei um dia
Deixa a casa sem barulho achando que ainda é cedo
Deixa o nosso amor morrer sem graça e sem poesia

Deixa tudo como está e se puder, sem medo
Deixa tudo que lembrar eu finjo que esqueço
Deixa e quando não voltar eu finjo que não importa
Deixa eu ver se me recordo uma frase de efeito
Pra dizer te vendo ir fechando atrás da porta
Deixa o que não for urgente que eu ainda preciso
Deixa o meu olhar doente pousado na mesa
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa
Deixa eu chorar como nunca fui capaz contigo
Deixa eu enfrentar a insônia como gente grande
Deixa ao menos uma vez eu fingir que consigo
Se o adeus demora a dor no coração se expande
Deixa o disco na vitrola pr'eu pensar que é festa
Deixa a gaveta trancada pr'eu não ver tua ausência
Deixa a minha insanidade é tudo que me resta
Deixa eu por à prova toda minha resistência
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro
Deixa eu contar que era farsa minha voz tranqüila
Deixa pendurada a calça de brim desbotado
Que como esse nosso amor ao menor vento oscila
Deixa eu sonhar que você não tem nenhuma pressa
Deixa um último recado na casa vizinha
Deixa de sofisma e vamos ao que interessa
Deixa a dor que eu lhe causei agora é toda minha
Deixa tudo que eu não disse mas você sabia
Deixa o que você calou e eu tanto precisava
Deixa o que era inexistente e eu pensei que havia
Deixa tudo o que eu pedia mas pensei que dava

[Oswaldo Montenegro]

13/06/2010

Histórias

Um pedaço somos aquilo que contamos, temos a imagem que fazem de nós, mas caberá aos mais interessados descobrir a verdadeira essência... E pra mim foi essa dentre as outras mensagens que tocou ao assistir:

"O homem conta a sua história tantas vezes que se mistura à elas, e elas, sobrevivem à ele. E é desse jeito, que ele se torna imortal"

Tim Burton - Big Fish

12/06/2010

Enquanto eles se amam...



Eu me amo também!

Dia onde o vermelho toma conta de todos os cantos da cidade, paixão no ar, até desenho animado com o tema de romance na tv...
Todos falarão sobre o dia dos namorados, uns incentivando as paixões e outros declarando hipocrisia comercial, uns marcando encontros a dois, mas outros inconformados em ter a solidão nesse dia!

O blog Tocou! vem dizer que o amor é imprescindível, é o que torna nossos dias mais festivos, nossos planos mais possíveis, aproximamos mundos distantes, aprendemos que rima com doar e não com dor e por isso crê que hoje e todos os dias a paixão é sempre bem vinda! 



Já me perguntaram se estou apaixonada, costumo dizer que SOU apaixonada, se não me sinto assim não me encontro no espelho... mas o meu dia transforma-se em dia dos enamorados... enamorados pela vida, enamorados pelos pequenos detalhes do cotidiano, pelas pessoas que passam pelo caminho, enamorados por quem somos, cuidando das flores do nosso jardim... perfumando o próprio cantinho, independente de quem venha visitá-lo!

Sim, estar só nesta data, qual o problema nisso?! Sempre gostei de ser uma boa companhia pra mim mesma, não sou individualista, amo namorado do lado, turma de amigos, família... mas também vou ao cinema sozinha, decido qual a roupa que devo levar e adoro ficar em casa comigo quando não há ninguém! risos! Claro que tenho histórias românticas na bagagem pra recordar ou histórias que ainda tento construir, mas não é por estar sozinha que o vermelho perde o tom!

Que os casais aproveitem um dia a mais pra que se dediquem ao amor, pequenas surpresas e declarações apaixonadas, dessas que já fiz e outro dia tornarei a fazer!
Que usem as fantasias do Vinícius:
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"Se o amor é fantasia, eu me encontro ultimamente em pleno carnaval."
Vinícius de Moraes








Que os 'sozinhos' aproveitem seus momentos pra namorar um pouco o umbigo e cuidar do nosso próprio jardim. Deixo-lhes os versos da Lispector:
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...Que minha solidão me sirva de companhia.
que eu tenha a coragem de me enfrentar.
que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir
como se estivesse plena de tudo.
Clarice Lispector

E que todos os nossos dias tenham um toque de vermelho para aquecer os corações!
Agora me diz qual o toque que esse dia traz pra você!

27/05/2010

Da delicadeza do Liniers


Já postei aqui antes outras tirinhas do Macanudo, que discorre sobre filosofia, política, divagações, ou simplesmente a beleza dos pequenos gestos, aqui deixo mais alguns das tirinhas que me tocam: 












16/05/2010

Meu - Djavan

"Ar, só com você
Mar, com você qualquer fundura dá
Tudo é tão meu
Quando você vem se chegando
De um modo só seu..."
Djavan


15/05/2010

Das definições do amor - verdadeiro

¬ E porque na oração também encontramos a mais bela poesia:

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o metal que soa ou como o sino que tine.

Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência e ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei.

 
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes; o amor não trata com leviandade, não se ensorbebece, não se conduz incovenientemente, não procura os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade;

tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará;
porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos.
Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que é em parte, será aniquilado.
Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.
Porque, agora, vemos por espelho em enigma; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

[I Cor 13 ]

A adaptação contemporânea, unindo Paulo e Camões:

13/05/2010

Doe palavras!



Que a fé seja a semente do teu sorriso, diariamente.
Esta foi minha frase para a campanha do Hospital Mário Penna, para os pacientes de câncer. 
Por quantas vezes um gesto de carinho ou uma palavra não nos conforta a alma? Todo gesto de carinho é imprescindível, participe você também!

Funciona assim: você manda uma mensagem através desse site ou pelo Twitter, usando a hastag #doepalavras. Depois de passar por um filtro ela é exibida em Tvs dentro do hospital, em locais que os pacientes mais precisam de força, como a sala de quimioterapia.

As mensagens compiladas nesse projeto serão publicadas em um livro, que será doado para diversos hospitais.

11/05/2010

Sem mandamentos


"Hoje eu quero a rua cheia de sorrisos francos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas 
Quero ver vocês andando por aí 


Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse 
Eu até desculpo o que você falou 
Eu quero ver meu coração no seu sorriso 
E no olho da tarde a primeira luz 
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto 
Eu quero um carnaval no engarrafamento 
E que dez mil estrelas vão riscando o céu 
Buscando a sua casa no amanhecer 


Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada 
Rasgar a noite escura como um lampião 
Eu vou fazer seresta na sua calçada 
Eu vou fazer misérias no seu coração

Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua 
Pra escrever a música sem pretensão 
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce 
E que triunfe a força da imaginação"


- um mestre: Oswaldo, o Montenegro.


*Não só hoje...